Pesquisa realizada pelo coletivo #VoteLGBT mostra que 55% das pessoas LGBTQIA+ teve piora na saúde mental na pandemia com um aumento de 16% na vulnerabilidade desse segmento. Quase metade dos jovens dessa população cogitou o suicídio em algum momento do ano passado, segundo estudo encomendado pela The Trevor Project.
A deputada estadual Rafaela Camaraense (PSB), defendeu nesta terça-feira (28), Dia Internacional do Orgulho Gay, uma rede de cuidados voltados para a saúde mental dessa população, que enfrenta diariamente o preconceito, a violência e o descaso. “Quando fui secretária de Juventude debatemos a questão da saúde mental dessa população e buscamos desenvolver ações para modificar essa realidade. Defendo, e apresentamos uma indicação com esse teor, a criação de programas estaduais de atenção à saúde mental da juventude, garantindo acompanhamento e atendimento psicossocial”, disse.
A parlamentar foi responsável por elaborar um manifesto em defesa da saúde mental dos jovens, após realização de uma sessão especial para debater a demática na Assembleia Legislativa. No documento, Rafaela ropõe ações como: programas de assistência à saúde mental da juventude nas escolas estaduais; mais oportunidades de trabalho, a oferta de cursos técnicos profissionalizantes; a elaboração de oficinas para o desenvolvimento e aprimoramento dos talentos; a reformulação e o aprimoramento do ensino nas escolas; e acesso aos meios tecnológicos que ajudem no processo de aprendizagem; projetos de acesso e de cursinhos voluntários; e incentivo à área cultural e ao desporto.
Também foi proposto pela deputada a efetivação na rede estadual de ensino da Lei 13.935/2021, com a contratação de psicólogos e assistentes sociais; a criação de espaços de atendimentos especializados para jovens, com foco na saúde mental, oferecendo atendimentos psicológico, psiquiátrico e psicopedagógico; a realização de parcerias com universidades públicas e privadas abrindo oportunidade de estágios; além da criação de programas estaduais de atenção à saúde mental da juventude, garantindo acompanhamento e atendimento psicossocial.
Rafaela destaca ainda que é essencial o incentivo a criação de redes de conversa/diálogo e de terapia comunitária para a juventude; a criação de Centros Regionais de Apoio à Juventude que irá garantir ao jovem atendimento multiprofissional especializado na reabilitação da saúde mental; criação de uma Comissão Estadual de Atenção à Saúde Mental da Juventude; e a garantia aos jovens em restrição e privação de liberdade um atendimento especializado em saúde mental.
“O cuidado com a saúde mental deve ser prioridade do poder público. Não podemos mais assistir de braços cruzados jovens longe do convívio social, fora das escolas, sofrendo, se mutilando e até tirando a própria vida. Precisamos agir para ajudar a comunidade LGBTQIA+ que sofre com problemas na saúde mental e ainda enfrenta dificuldades quanto ao desemprego e a segurança alimentar”, destacou Rafaela Camaraense.
Dados
A pesquisa mostra ainda que mais da metade dos consultados (55,1%) respondeu considerar que estão em condições de saúde mental piores hoje em comparação com um ano atrás. Cerca de 55% foram diagnosticados com o risco de depressão no nível mais severo, índice quase 8% a mais que na pesquisa de 2020 (47%).