Com a flexibilização e a reabertura de alguns estabelecimentos, a população acabou ficando com a falsa sensação de que a pandemia está passando e começa a retomar as atividades que desenvolvia antes da chegada do vírus ao país. Entretanto, o infectologista do Hospital do Hapvida em João Pessoa, Fernando Chagas, lembra que o momento ainda é de alerta e ressalta que é necessário manter as medidas de prevenção sanitária e respeitar as orientações das autoridades.
“É preciso sair de casa para resolver coisas, voltar à vida, mas com uma visão nova e diferente. Isso significa o entendimento que ao se expor na rua, encontrar outras pessoas é indispensável o uso de máscara, independente de ter tido ou não a doença. Essa é uma medida na qual não se sabe quando deixará de ser adotada, tendo em vista que é preciso que haja uma imunização em massa da população, que só acontecerá com a chegada da vacina. Bom senso, pensar que estamos em um ‘novo normal’, evitar aglomerados, mas o bom senso se sobressai”, ressaltou.
O infectologista ressalta que é muito importante que a população entenda que mais do que nunca é preciso pensar no outro. “Ter uma visão social mais apurada. É a visão social mais apurada, não só na questão da pandemia, mas em tudo na sociedade, que faz com que a gente entenda que tudo está interligado. O que é feito a alguém do meu lado pode-se refletir em mim, na minha família, amigos. A partir do momento que a gente tem uma visão mais social, a gente passa a cuidar mais do outro, se cuidar e evitamos que quem está ao nosso redor passe por isso. Essa visão social é essencial em períodos de transmissão de doenças infectocontagiosas, pois usando uma visão dessa a gente diminui riscos”, reflete o especialista.
Certo ou Errado?
Apesar da sociedade está caminhando para o que se chama de “novo normal”, ações como a reunião em casa de amigos, familiares, aquela caminhada na praia ainda são consideradas atitudes de risco pelas autoridades, mas com o passar do tempo da pandemia, podem deixar as pessoas com a sensação de que o risco passou. É o que explica a psicóloga do Hapvida em João Pessoa, Rafaela Amorim.
“A medida que o tempo de quarentena aumenta sobe também os níveis de estresse e ansiedade, com isso, os indivíduos por conviverem mais tempo com o problema acreditam que ele seja menor do que realmente é, os tornando mais displicentes nos cuidados. É como o paciente que por acreditar que está curado de alguma enfermidade, por se sentir melhor fisicamente, interrompe o tratamento”, exemplifica.
Rafaela ressalta que apesar de o momento ser de flexibilização é importante a sociedade ainda ter consciência de continuar com adaptações possíveis para cuidar do corpo e mente. “Para isso, existem diversas ferramentas que possibilitam a prática de exercícios físicos em casa, assim como o acesso a atendimentos de saúde, aulas e serviços pela internet”, sugere e finaliza.