A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou estudo técnico sobre El Niño e seus possíveis impactos sobre o Agro Brasileiro. Entre as possibilidades apontadas está um período de estiagem para a região Nordeste. O trabalho aponta ainda que o fenômeno El Niño tem 80% de chance de ocorrer já a partir de julho deste ano.
O deputado estadual Tovar Correia Lima (PSDB) afirma que é preciso se antecipar e propôs discussões com órgãos do Governo Federal, do Governo do Estado da Paraíba, Poder Legislativo pesquisados, instituições de ensino e organizações sociais para discutir medidas e alternativas para convivência com a seca.
“Precisamos debater este tema e saber se corremos o risco de mais um período de estiagem. A nossa Paraíba foi devastada com a última grande seca que se estendeu de 2012 a 2018. Perdemos todas as lavouras, nosso rebanho foi quase que extinto e os paraibanos tiveram dificuldades para colocar comida no prato e até ter água para utilizar no básico”, disse Tovar.
O parlamentar lembra que o Poder Legislativo paraibano sempre foi protagonista neste debate e deve manter a sua tradição. “A seca castiga a nossa agricultura e pecuária, afeta a nossa economia e acentua a nossa pobreza. Precisamos debater alternativas e construir uma política de convivência com a seca”, defendeu, acrescentando que vai realizar um evento para debater a temática.
Dados do Monitor das Secas, da Agência Nacional de Águas (ANA), mostra que na Região Nordeste, devido às anomalias negativas de precipitação nos últimos meses e piora nos indicadores, houve o avanço da seca fraca nos estados da Bahia e do Rio Grande do Norte, e o agravamento da seca no oeste da Bahia, que passou de fraca para moderada.
El Niño
É um fenômeno que ocorre no Oceano Pacífico, principalmente. A temperatura do mar aumenta, próximo à costa da América do Sul gerando um braço de circulação atmosférica sobre o Nordeste, o que gera a seca. O fenômeno normalmente contribui para diminuir a chuva pela circulação atmosférica que causa, gerando a seca que tem previsão de duração de um ano. Especialistas acreditam que o próximo El Niño atual seja um dos piores já registrados. As edições do fenômeno climático que trouxeram mais problemas ocorreram entre 1982-1983 e 1997-1998, provocando secas no Nordeste e enchentes no Sul do Brasil.