O preconceito enfrentado pela população LGBTQIAP+ (lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e outras identidades de gênero) é um dos desafios para atuação no Legislativo. É para mudar essa realidade que Nicole DLamarck (PSDB) quer chegar à Assembleia Legislativa da Paraíba. A candidata defende, entre as pautas, uma atenção mais efetiva da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de crimes homofóbicos para os casos de violência registrados. “Essa CPI precisa mostrar mais empenho e divulgar relatórios do que tem feito. Mais uma transexual foi assassinada e nada foi feito de concreto.” Alerta, Nicole.
Na última sexta feira (12), mais uma travesti, de 28 anos, conhecida como Bia, em João Pessoa. Na Paraíba, mais de 40 transexuais foram mortas em quase uma década. “Não podemos mais, todos os anos, aparecermos na mídia nos destacando como estatísticas de violência. Isso precisa acabar”, enfatiza candidata.
Nicole defende ainda a criação de uma Comissão Especial para tratar das pautas específicas para o público LGBTQIAP+, por exemplo, a saúde das trans, com atenção para dosagens corretas de hormônios, acompanhamento para quem quer realizar a readequação de gênero, criar mais espaços para formação de novos profissionais em qualquer seguimento profissional, cursos de línguas, educação sexual. “Esses são temas que não podem ser tratados de forma genérica. É preciso se debruçar nestas pautas, para conseguirmos igualdade de oportunidades em todas as áreas”, explica.
Nicole afirma que quer chegar à ALPB, para reapresentar uma classe que está cansada de ser esquecida, deixada de lado, que sofre sem uma vaga de emprego, sem saúde especializada, sem uma escola que atenda as suas necessidades especiais. “Quero representar a diversidade: mulheres, trans, negros, pobres, pessoas com deficiência, pessoas de religião de matrizes africanonas e também outras religiões”. Nicole ainda complementa: “Basta de exclusão, basta de preconceito. Somos iguais e precisamos estar juntos na construção de um novo mundo, porque transformar é possível,” desabafou.
Atualmente, existem apenas oito projetos para o público LGBTQIAP+ colocados em pauta na Assembleia Legislatura da Paraíba. “Temos que deixar de ser figurantes e passar a tratar de temas mais relevantes na ALPB. Para que isso aconteça, precisamos naturalizar pessoas trans nos espaços da política institucional. As Casas Legislativas são majoritariamente formadas por homens, por brancos. É preciso ampliar as falas de representatividade, de construção de um novo momento em que todos tenham espaços para se ver, ser ouvido, ser representado”, defende Nicole.