Cerca de 35 mil pessoas no Brasil são atingidas pela Esclerose Múltipla, de acordo com a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM). A doença é mais comum em pessoas jovens, de 20 a 40 anos, e predominantemente mulheres. Nesta segunda-feira (30), Dia Estadual de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla, estabelecido pela Lei 10.843/2016, o deputado estadual Tovar Correia Lima (PSDB), autor da matéria, defendeu que o Estado seja mais presente na vida dos portadores da doença quanto a um diagnóstico precoce e no tratamento adequado. Ele critica a falta de um centro de referência de doenças raras no estado.
“Precisamos que o Poder Público olhe para essas pessoas buscando alternativas para possibilitar uma melhor convivência com essa doença. Muitas vezes, os portadores de doenças raras são negligenciados, pois essas enfermidades atingem uma parcela pequena na população e os tratamentos são muito caros. É preciso garantir um diagnóstico precoce da doença para que o tratamento seja iniciado o mais rápido possível. Infelizmente vemos casos que chegam a até 15 anos para se fechar um diagnóstico”, observou Tovar, que é o autor da Lei nº 10.843/2016.
Tovar destacou ainda que a doença afeta diretamente a vida das pessoas, principalmente no trabalho. Uma pesquisa inédita realizada pelo Centro de Inovação SESI Higiene Ocupacional, ligado à Firjan, com o apoio da Roche Farma Brasil, revela que 40% das pessoas com esclerose múltipla (EM) não estão trabalhando. Nos últimos quatro anos, foram concedidos 7.300 benefícios para pessoas com a doença no País, sendo 1.860 por invalidez – 3 em cada 4 delas se aposentaram antes dos 50 anos.
O estudo também destaca que a média anual de afastamento do trabalho é de 128 dias e que, em 2020, o custo público estimado com aposentadorias e afastamentos relacionados à esclerose múltipla será de R$ 411 milhões.
Esclerose Múltipla
A doença é autoimune, não tem cura, mas os tratamentos podem ajudar a controlar os sintomas e reduzir a progressão da doença. A esclerose compromete, entre outros aspectos, a capacidade de equilíbrio, a visão e, pode levar à morte se não for tratada corretamente.
Vale destacar que a Esclerose Múltipla não é uma doença mental, não é contagiosa, não é suscetível de prevenção e não tem cura. Seu tratamento consiste em atenuar os sintomas e desacelerar a progressão da doença. “É uma patologia desafiante, que agride o sistema neurológico com lesões que podem afetar qualquer parte do corpo como a visão, a fala, a locomoção. Temos que fazer um tratamento adequado antes que as lesões cheguem até as pessoas”, destacou o deputado.