Cidade das flores - André Gomes
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Cidade das flores

Imagine viver na mais completa escuridão e, de repente, uma enorme luz se revelar diante dos olhos abrindo a estreita porta do pensamento limitado que divaga longe da felicidade. E, diante do novo portal iluminado, ouvir uma voz doce, mansa, humilde, carregada de amor, um amor tão grande que transcende as barreiras do conhecimento primitivo da nossa alma.

Mãos estendidas são finalmente enxergadas pelos olhos lacrimosos de quem já se cansou do sofrimento. A imagem finalmente consegue ser visualizada envolta em um bem bordado manto azul a refletir em olhos tão igualmente azuis cheios de benevolência, misericórdia e generosidade. Cabelos longos e ondulados trazem o perfume das flores impregnado pela morada florida, cheia das mais inebriantes cores, que na visão humana nem conseguem ser descritas.

É Maria de Nazaré que chega oferecendo socorro certo aos milhões de Espíritos transgressores que andam em vales sombrios sem conseguir repelir o mal. Diante Dela, contudo, impossível se faz a permanência nas moradas de terrenos áridos, onde as boas sementes, ainda que plantadas pelo melhor semeador, resistem ao cântico solar da vida, e não brotam.

O livro Maria de Nazaré, ditado pelo Espírito Miramez, pela psicografia de João Nunes Maia, narra para nós essa conjuntura de amor materno que modifica o inverno do nosso coração e nos aquece em seus braços dulcíssimos, tal qual o sol a construir uma vida onde a esperança nasce e nunca mais é sepultada.

Lá, na obra, se faz conhecida a história da participação desse Espírito grandioso, Maria de Nazaré, em toda a preparação da Terra para a chegada da luz maior – Jesus Cristo – a esse mundo, ainda de provas e expiações. Ela, o portal de luz que se abriu para a chegada do Espírito mais puro que nosso planeta já prestigiou a presença.

Miramez nos conta que nesse período de preparação, antes mesmo de se fazer carne na Terra, Maria de Nazaré percorria os planos espirituais mais densos no socorro aos filhos amados que perpetuavam as trevas, conduzidos por vozes enganosas que lhes convenciam estarem sem saída. E era Ela com sua voz doce e branda a falar a esses ouvidos mostrando-os que sim, havia uma porta aberta para nova morada, cheia de fraternidade e paz. Segundo o texto encantador e sublime, em alguns lugares apenas a voz da Maria, a Santíssima, conseguia se fazer ouvir, tamanho o amor transmitido nas ondas magnéticas que desfilavam luz.

A história de Maria de Nazaré é longa e esse resumo jamais conseguirá ser capaz de evidenciar toda a magnitude dela. Aconselho ler a obra para se preencher desse sentimento transmutador que desperta a partir do conhecimento da beleza desse Espírito esplendoroso.

Ela veio à Terra, gerou a Luz – chamada Jesus -, o amamentou quando tinha fome, o amparou quando ameaçava cair a aprender os primeiros passos ainda em um corpo tão pequenino e frágil, o educou nos respeito às pessoas, o agasalhou quando sentia frio e o banhou ao sentir calor. Maria de Nazaré colocou Jesus em seus braços todas as vezes que se fez necessário, até mesmo quando já adulto enfrentou o Calvário e permitiu a sua morte física para nos dar a maior de todas as provas do amor real, incondicional, infinito.

Ela, a nossa Mãe espiritual também se fez amparo aos doentes da época, pois que compreendeu intimamente o conselho do Mestre que disse: “Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes”. (Mateus, 25:40)

Conta-nos Miramez, que no seu ensejo de ser mãe amiga, Maria de Nazaré saiu a ajudar a quem mais precisava, enquanto seu filho Jesus fortalecia seu ministério. Em uma de suas andanças, Maria encontra um vale do que na época era denominado leprosos. Era um lugar sombrio, cheio de dor e tristeza. E, pela doença impiedosa que os afligia, tinha inclusive um cheiro que somente quem muito amava suportava.

Maria ali fez parada, começou a falar de Jesus e da esperança que chegava ao mundo a consolar os pequeninos que viviam à margem da sociedade. Com o passar dos dias, apesar do sofrer, as mentes daquelas pessoas foi sendo alimentada pela luz de tal maneira que, mesmo em meio à dor, a alegria foi se fazendo presente. Maria ajudava com suas pregações e seu cuidado com aqueles corpos fragilizados pela enfermidade.

De repente, já não havia sombra ali. Flores foram sendo plantadas dando ao lugar uma nova cor e um novo cheiro. A morte já não era mais temida, tendo em vista que a vida era o que se fazia presente, especialmente a certeza na vida verdadeira, aquela que não corrói a alma, imortal que é.

Em dado momento, já naquele lugar refeito, Maria sente a presença do filho amado que a diz mais ou menos assim: “Mãe, quando sentirdes saudade de mim, olha para esses teus filhos, Eu estarei neles”.

Miramez, através da escrita de João Nunes Maia, faz com que conheçamos o poder do amparo dessa Mãe. Traz a nós a certeza absoluta de que não somos e nem estamos órfãos, não importa a situação a nos encontrar, seja de abundância ou de escassez, de alegria ou tristeza, de choro ou de riso. A luz de um Espírito revestido de flores que colorem nossas vidas e perfuma nosso íntimo retirando-nos dos vales sombrios e colocando-nos em uma cidade de flores que não murcham, não perdem as cores e nem o perfume.

É uma narrativa que nos enche de força e poder para encarar os calvários das nossas vidas, pois nos dá a certeza que nesse caminho há uma Mãe que nos coloca em seu colo, nos ampara, nos abraça, enxuga nossas lágrimas e seca nosso suor, derramados pelo sofrimento. Abre nossos olhos para enxergar que a dor não dura para sempre e as tempestades são dissipadas apenas com uma frase: “Acalma-te!”.

Maria de Nazaré é um livro para ler e reler quantas vezes for necessário e, mais do que ler, é uma obra para ser sentida. Leia, sinta, transforme-se diante dessa literatura adocicada pelo mel do amor da Mãe! Ela não é uma mãe, Ela é ‘a Mãe’.

Desfrute da alegria de sentir o cheiro das rosas, pois Maria aqui está.

Por Nice Almeida

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