O deputado estadual licenciado e atual secretário de Planejamento da Prefeitura de Campina Grande, Tovar Correia Lima (PSDB), encaminhou carta à bancada federal paraibana no Congresso solicitando o apoio dos deputados e senadores aos pleitos do setor sucroenergético com o objetivo de garantir a manutenção dos postos de trabalho ameaçados pela pandemia causada pelo coronavírus.
Na Paraíba, o setor representa uma cadeia produtiva que inclui sete usinas e destilarias, incluindo 1,5 mil produtores rurais com a geração de 21,8 mil empregos diretos e 44 mil postos de trabalho indiretos, em mais de 26 cidades.
Entre as demandas solicitadas ao Governo Federal pelo setor estão: a redução temporária do PIS/Cofins sobre o etanol; a diminuição da importação de álcool ‘sujo’ e ainda a abertura de linhas de crédito, através do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), da ordem de R$9 bilhões, a partir da emissão de títulos de garantia, para financiamento de estocagem.
“É preciso ajudar o setor sucroenergético que tem um importante papel econômico na Paraíba. Por isso, fizemos esse encaminhamento para a bancada federal entendendo que precisamos garantir a manutenção dos postos de trabalho gerados no nosso estado. Por conta da pandemia, o setor enfrenta sérias dificuldades”, destacou Tovar.
O setor, que representa 6,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, reúne produtores de cana-de-açúcar, trabalhadores do setor químico e da alimentação, cooperativas e agroindústrias responsáveis pela produção de açúcar, etanol e bioeletricidade no país.
Segundo presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool na Paraíba (Sindalcool), Edmundo Barbosa, as usinas estão agora diante da maior crise de demanda. A situação de estoques altos e a necessidade de caixa trouxeram contração neste setor que vive competindo contra o petróleo. “Sabemos todos que o petróleo está sendo comercializado com preços negativos. A crise de demanda é mundial”, disse em entrevista ao Jornal Cana.
De acordo com o presidente do Sindalcool, a recuperação da crise no setor se dará em prazo lento, num médio prazo, entre cinco anos ou mais, não devendo ser esperados saltos na economia pós Covid-19. “A maior estabilidade na condução das políticas internas é desejada por todos que investem. O momento é de crise de confiança, pois são muitos fatores baixistas ao mesmo tempo, inclusive na desunião interna”, destacou.