O preço do gás natural vem ficando mais elevado nos últimos tempos. A Petrobras anunciou esse mês um reajuste no preço de 39% do produto vendido às distribuidoras, com vigência a partir de 1º de maio. Na Paraíba, o Governo do Estado vem reajustando constantemente os percentuais da tarifa em cima do metro cúbico do gás natural chegando hoje a um acumulado total de 73,64% nos últimos 10 anos. O deputado estadual Tovar Correia Lima (PSDB) destaca que os aumentos afetam diretamente os consumidores já que o gás natural representa um gasto expressivo para parte relevante da indústria, que deve repassar a alta de custos para o consumidor através dos produtos vendidos.
O consumidor também deve sentir a alta do gás natural na conta de luz, já que o custo para geração térmica deve subir, o que tende a ser repassado aos preços pelas distribuidoras de energia, por ocasião de seus reajustes anuais. Especialistas dizem que embora o efeito do reajuste do gás natural não seja tão imediato para as famílias como o aumento da gasolina e do gás de botijão, esse impacto deve sim chegar aos consumidores finais, mas de forma indireta.
O repasse de forma direta deve afetar a parcela de consumidores que usam gás encanado. Esse repasse deve acontecer à medida que os reajustes anuais das distribuidoras estaduais forem autorizados pelas agências reguladoras. O gás encanado é mais consumido no Brasil por famílias de maior renda, que moram nas regiões centrais onde há oferta de gás canalizado.
“Diante de uma realidade de extrema dificuldade, pedimos mais uma vez que o Governo do Estado reveja sua política de reajustes para garantir que os paraibanos não sofram mais com a perda dos seus empregos e com a dificuldade de consumir produtos essenciais. Sabemos que o aumento do gás natural afeta toda uma cadeia produtiva e precisamos rever esse ponto na Paraíba”, disse Tovar.
No Brasil, 91% das famílias usam gás de botijão para cozinhar, enquanto apenas 8% usam gás encanado (como é chamado o gás natural), segundo dados de 2019 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Confira os reajustes do gás natural na Paraíba nos últimos anos:
2010 – 2,53%
2013 – 4,1%
2014.1 – 0,62%
2014.2 – 0,66%
2015 – 7,08%
2016 – 0,0%
2016.2 – 1,84%
2017 – 9,98%
2018 – 6,97%
2018.2 – 9,56%
2018.2 – 4,45%
2018.3 – 9,95%
2019.1 – sem reajuste
2020.1 – (-) 7,80%
2020.2 – 20,3%
2021.1 – 3,4%
ACUMULADO – 73,64%