De acordo com o último boletim epidemiológico, João Pessoa registrou 2.235 casos de acidentes por escorpiões em 2022, sendo considerada a terceira cidade brasileira com maior número de ocorrências informadas. Maceió (4.820) ocupa o primeiro lugar, seguida de Fortaleza (2.909).
O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Paraíba (CRMV-PB) destaca que as notificações de picadas de escorpião aumentam com a chegada das temperaturas mais frias, pois este é o período de reprodução desses animais.
Segundo o médico-veterinário da Área Técnica do Núcleo de Controle de Zoonoses, Francisco de Assis Azevedo, com o frio e o clima úmido, os aracnídeos buscam se alojar em locais mais quentes e escuros para se esconder. Por essa razão, podem ser encontrados em frestas, buracos, entulhos, telhas, caixas, sapatos, casacos, roupas de cama, entre outros locais que ofereçam abrigo e proteção.
O profissional explica que os escorpiões têm alta capacidade de adaptação e conseguem viver em diversos tipos de habitat, dos desertos às florestas tropicais. Por isso, são comuns em ambientes modificados pelo homem, especialmente em áreas urbanas, onde se escondem em habitações humanas e construções.
Assis ressalta que esses animais têm hábitos noturnos e aumentam sua atividade durante o período chuvoso. No entanto, é importante destacar que eles podem estar ativos em qualquer época do ano.
O médico-veterinário também enfatiza que, para um manejo eficiente do animal, o controle químico não deve ser utilizado, pois o tratamento é ineficaz no combate ao aparecimento dos escorpiões. Esses animais se abrigam em frestas de paredes, embaixo de caixas, pilhas de tijolos, telhas, madeiras, fendas e rachaduras do solo, podendo permanecer meses sem se mover. Além disso, têm a capacidade de manter seus estigmas pulmonares fechados por um longo período.
O que fazer em caso de acidente com escorpiões?
– Limpar o local com água e sabão.
– Procurar orientação médica imediata no local mais próximo do acidente (UBS, Posto de Saúde, Hospital de referência).
– Se possível, capturar o animal e levá-lo ao serviço de saúde, pois a identificação do escorpião pode auxiliar no diagnóstico.
– A dor é o sintoma mais comum e seu alívio pode ser conseguido por meio de compressas mornas. Compressas com gelo ou água gelada costumam acentuar a sensação dolorosa, não sendo, portanto, indicadas.
O que não fazer?
– Não amarrar ou fazer torniquete.
– Não aplicar nenhum tipo de substância sobre o local da picada (fezes, álcool, querosene, fumo, ervas, urina, etc.) nem fazer curativos que fechem o local, pois isso pode favorecer a ocorrência de infecções.
– Não cortar, perfurar ou queimar o local da picada.
– Não dar bebidas alcoólicas ao acidentado, ou outros líquidos como álcool, gasolina, querosene, etc., pois não têm efeito contra o veneno e podem agravar o quadro.