Quem vê a imagem acima e não conhece a história por trás dessa cena, vai pensar que é simplesmente sobre uma premiação. Não é! É sobre superação, autoconhecimento, autorespeito e autoamor.
Eu me chamo Heucaynice Dayllann Silva de Almeida, tenho 46 anos, e há 23 exerço a profissão de jornalista. Assino como Nice Almeida, e assim me reconheço!
Não tem muito tempo, pensei em desistir de tudo, abandonar a minha vocação. Não me reconhecia naquilo que escrevia – que muitas vezes me permitia ser obrigada a escrever.
Diante do conflito interno, me confrontei com o medo e, neste período sombrio, decidi buscar ajuda. Conheci a terapia holística. Vendo minhas parcas habilidades com a escrita, minha terapeuta me incentivou a usá-las para passar pelo processo da cura. A escrita terapêutica foi, por um longo tempo, remédio para sanar as feridas provocadas pela má escrita. Ainda é!
Recordo os primeiros textos carregados de mágoas, traumas, decepções e muita… muita tristeza. Em um deles, falei sobre a repulsa que tinha sobre o que minhas mãos escreviam naquela época. Tenho na mente, ainda, algumas palavras usadas: nojo, lixo, esgoto. Palavras-chave nada agradáveis, não é mesmo?
Uma frase ainda ecoa em um texto antigo que dizia: “Se foi pra isso que minhas mãos foram criadas, eu preferia não tê-las!”.
Precisei descobrir que entre todos os sentimentos que obscureciam minha vida, um era o dono de tudo: o medo! Por alimentá-lo, construí grades sólidas que me aprisionavam em uma cela insalubre e me levava à autoflagelação totalmente desnecessária.
Na tentativa de pavimentar com o melhor asfalto o caminho o qual percorria, conheci Joanna de Ângelis e sua primorosa série psicológica, pela psicografia de Divaldo Pereira Franco. Entre elas, ‘Desperte e seja feliz”. No capítulo 23, intitulado ‘Curas’, Joanna me ensinou que “a cura real somente ocorrerá do interior para o exterior, do cerne para a sua forma transitória. Nesse sentido, a cura tem início quando o paciente se ama e passa a amar o seu próximo”.
Continuei andando e aprendendo! Venci a depressão, as crises de ansiedade que me paralisavam no sentido literal da palavra, pois por um ano andei com muita dificuldade – quase nem andei. Minhas pernas não funcionavam, tamanha era a prisão construída pela minha própria mente.
Venci o medo! Arrebentei as grades. Me libertei!
O universo respondeu a tudo isso! Minha terapeuta dizia que aconteceria quando eu me libertasse. Mas, durante muito tempo não acreditei.
Bem, o tempo passou! Hoje, me orgulho muito do que escrevo. Coloco todo meu amor em cada texto, me alegro em mostrar o bem, o bom e o belo nas frases que vez por outra nem acredito terem sido escritas por mim. Creio mesmo ter a boa influência de anjos. Em cada palavra o cheiro de flores da cidade que já descrevi AQUI NESTE ESPAÇO a mim concedido por André Gomes.
Me emociono com as histórias e faço sempre questão de conhecer cada uma de perto, olhar nos olhos dos personagens, entender suas frustrações e alegrias! Às vezes, até esqueço um pouco que quando as estou entrevistando sou uma profissional e me rendo a humana que me tornei. Falo para algumas delas sobre minha superação e tento fazê-las acreditar que elas também conseguem, todo mundo consegue se permitir-se.
Isso tudo é para dizer que por trás dessa menção honrosa, a mim concedida pela Academia Paraibana de Ciência da Administração (APCA), que me premiou com o terceiro lugar Comenda Acadêmico Mário Tourinho de Imprensa, existe uma longa história carregada de significados profundos de onde agora só se expande a felicidade!
Não parei de lutar contra as vozes que me dizem que não sou capaz, ainda. A diferença é que agora a voz que me lembra sobre quem verdadeiramente sou fala muito mais alto, porque eu decidi dar mais força as boas vozes, as vozes de amigos sinceros, a voz do meu íntimo que diz que meus valores jamais serão vencidos pela escuridão.
Sobre isso, Joanna de Ângelis também me respondeu, no mesmo capítulo já citado: “Nem sempre será a cura a falta de doença ou a ausência do medo, porém, ela se caracterizará pela confiança e pela ação enobrecida, que superarão os obstáculos, liberando o ser do primarismo que nele se demora, expresso nas mazelas que conduz das reencarnações infelizes”.
“Curar é libertar-se do ego inferior e alar-se ao Eu profundo, espiritual, sua realidade legítima”, completa a mentora iluminada.
“Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte”. Eu agora acredito nessa voz, a de Jesus, que me diz quem eu realmente sou, e creio Nele!
Joanna, em dado momento, ensina a Divaldo, que no fim da caminhada vamos descobrir que a luta, na verdade, sempre foi contra nós mesmos. Parafraseando, atrevidamente, esse Espírito de tanta grandeza eu digo: No fim das contas a gente descobre que a maior vitória é quando a gente vence nossos próprios medos.

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