Pesquisa feita pela organização educacional Varkey Foundation com 35 países mostrou que o Brasil é onde os professores têm menor prestígio na sociedade, que não encorajam os filhos a seguirem a profissão e desconhecem o piso salarial da categoria. Nesta sexta-feira (6), Dia dos Profissionais de Educação, o deputado Pedro Cunha Lima alerta que o desprestígio é um dos motivos da falta de desenvolvimento da educação no Brasil.
“É muito triste pensar que a carreira de professor, uma das mais nobres, com maior impacto em uma sociedade, é desvalorizada, seja pela falta de um pagamento digno, pelas condições degradantes de muitas escolas, pela desatenção do poder público quanto a um plano de carreira que encoraje e motive as pessoas a seguir esse caminho”, pontuou Pedro.
Enquanto na Índia, 54% das pessoas encorajam os filhos a se tornarem professores, no Brasil, 20% fazem esse tipo de incentivo. De acordo com o levantamento, 88% dos brasileiros instintivamente, veem o professor como pessoa de baixo status, mais do que qualquer outro país pesquisado além de Israel (90%).
“É uma mentalidade que é sustentada pela máquina pública. Sem valorização por parte dos órgãos públicos, a população não terá esse olhar”, conclui Pedro, que é autor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 20/2015, que institui o Magistério Público Nacional.
A proposta acaba com o piso salarial do professor e implementa um subsídio como acontece em outras carreiras públicas. A PEC determina que a diferença salarial entre as diversas categorias dos servidores administrativos não poderá ser maior que 10% nem menor que 5%. Parada na Câmara, ela aguarda a criação de comissão temporária.
Pesquisa
No relatório, o Brasil consta como o pior de todos os 35 países no Índice Global de Status do Professor 2018. Argentina (31), Colômbia (26), Peru (25), Chile (22) e Panamá (15), todos americanos, ficam acima do Brasil.