A Paraíba ocupa no Nordeste uma posição privilegiada na produção de energia da biomassa derivada da cana-de-açúcar com 102 megawatt, conforme dados do segundo boletim da Empresa de Pesquisas Energéticas do Ministério de Minas e Energia (EPE/MME). A energia térmica, que por sua vez produz energia elétrica, é resultado do que sobra do processo de extração de açúcar e etanol da cana. Observando o crescimento do setor e o desenvolvimento regional, o deputado estadual e presidente da Frente Parlamentar de Biocombustíveis e Energias Renováveis da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), Tovar Correia Lima (PSDB), defende mais investimentos para que o estado seja um grande produtor de energia limpa no Brasil.
“As fontes de energias limpas são economicamente viáveis e carregam a grande vantagem de colaborar com a preservação do meio ambiente, gerando emprego, renda e sustentabilidade. Precisamos avançar nessa discussão em todo o País. O poder público, principalmente as Casas Legislativas precisam atuar como protagonistas nessa discussão, promovendo debates, apresentando soluções, participando da formulação de políticas públicas e acompanhando e fiscalizando a aplicação das leis já existentes sobre a temática”, destacou Tovar.
Atualmente o Brasil ainda não aproveita todo o potencial energético da palha da cana como poderia. Estudos indicam que aproximadamente 50% da palha gerada pode ser aproveitada, com ganhos para a área agrícola e meio ambiente. Para cada 10 mil toneladas de palha de cana é possível gerar até 153 Megawatts (MW).
Produção
De acordo com estatísticas do Ministério da Agricultura (MAPA), nos últimos 40 anos, a Paraíba alcançou um crescimento de 292,3% de cana-de-açúcar moída, 4,5% na produção de açúcar, 521,2% na produção de etanol anidro, 478 % na produção de etanol hidratado e 497,3% nos dois tipos de etanol.
Nos últimos 40 anos, a média anual da produção de açúcar atingiu cerca de 150.000 toneladas, além de ter contribuído com a oferta média de 330.000.000 litros de etanol por ano, um combustível limpo e renovável, também fruto da cana-de-açúcar.
De acordo com Tovar, o Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool na Paraíba (Sindalcool), tem um papel fundamental para esse crescimento no estado. O trabalho realizado garantiu ao setor sucroenergético paraibano uma grande representatividade na balança comercial como maior exportador por muitos anos, tanto no etanol como com outros produtos no mix dessa agroindústria que movimenta a economia com mais de 65.000 empregos diretos e indiretos, e ainda contribui para a economia de dezenas de municípios paraibanos.
O presidente executivo do Sindalcool, Edmundo Barbosa, chegou a destacar que o setor poderá aumentar a capacidade de geração de energia elétrica nos próximos anos. “A bioeletricidade, como é chamada a energia produzida com o vapor do bagaço da cana, é uma energia limpa e renovável, advinda da moagem da cana-de-açúcar e do aproveitamento da palha com a colheita mecanizada, hoje 60% do total”, disse.