Em 2020, pelo menos 237 pessoas LGBTI+ tiveram mortes violentas no Brasil. É o que aponta um levantamento feito pelo Grupo Gay Bahia (GGB), que mostrou ainda que durante a pandemia do novo coronavírus, houve subnotificação dos casos. Primeiro deputado federal assumidamente gay da Paraíba (PSDB), Rafafá, lamenta o preconceito que ainda mata e se coloca à disposição para defender a causa LGBT+ na Câmara.
Nesta segunda-feira (17), Dia Internacional Contra a Homofobia, Rafafá aderiu a um termo de compromisso para atuar em defesa da comunidade LGBT+ na Câmara dos Deputados, juntamente com o deputado Pedro Cunha Lima (PSDB). Ele também recebeu a Comenda Fernanda Benvennutty, por ser o primeiro deputado federal paraibano assumidamente homossexual.
“Em nosso país, há pessoas que morrem por conta de sua orientação sexual. É uma grande honra para mim ser o primeiro representante da Paraíba assumidamente gay na Câmara dos Deputados e poder contribuir com meu mandato para dar visibilidade à causa LGBT+, tratando das nossas dores, medos, desafios e sendo ponte para mudar essa realidade difícil em nosso país, onde ainda há muito preconceito, muito atraso”, ressaltou.
O termo de compromisso assinado por Rafafá foi entregue ao parlamentar pela Organização Não Governamental (ONG) LGBT ‘Iguais’, que reuniu pautas e demandas levantadas por meio de consulta pública. Ao assinar o documento, o parlamentar se comprometeu a sancionar outros projetos de lei de garantia, defesa, promoção e proteção da cidadania e dos direitos humanos das pessoas LGBT+; vetar leis que firam, propositadamente ou não, a igualdade de direitos da população LGBT+ garantida pela Constituição Federal; estabelecer diálogo constante com a Associação e outras ações.
“Tenho muito orgulho de poder ser voz para pessoas que têm sido oprimidas, que sofrem preconceitos. Esse é um compromisso que assumi quando tomei posse, de lutar para a garantia de direitos, contra o retrocesso e o desrespeito. Assinar esse termo de compromisso só reforça minha vontade de atuar de forma enérgica pela comunidade LGBT”, pontuou.
Mortes violentas de pessoas LGBT+
Ainda conforme o estudo feito pelo GGB, das 237 mortes, 161 foram de travestis e mulheres trans (70%); 51 gays (22%); 10 lésbicas (5%); três homens trans (1%); três bissexuais (1%) e dois heterossexuais confundidos com gays (0,4%). Ao todo, foram 224 homicídios (94,5%) e 13 suicídios (5,5%).
Os números apesar de altos, mostram uma redução em comparação com anos anteriores o que, para especialistas ouvidos pelo estudo, é fruto de uma subnotificação dos casos provocados pela pandemia.