Alvo de investigações dentro da Operação Calvário, o Laboratório Farmacêutico Industrial da Paraíba (Lifesa) realiza no dia 9 de Junho, às 11h, uma Assembleia Geral Ordinária para eleger os novos integrantes do Conselho de Administração. A convocação dos acionistas foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) desta sexta-feira (29).
O Ministério Público da Paraíba (MPPB) por meio do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) chegou a denunciar mais uma vez o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) e também Coriolano Coutinho, Gilberto Carneiro, Daniel Gomes, Waldson Souza, Amanda Rodrigues, Maurício Rocha e Aluisio Freitas, por aparelhamento do Lifesa – empresa pública estadual que foi utilizada, conforme denúncia, pelo “esquema criminoso” para enriquecimento dos sócios da época.
segundo a denúncia, o Lifesa foi remodelado pelos denunciados, transformando-se em uma “farmácia e distribuidor de medicamentos”. Assim, a organização criminosa adquiria medicamentos de outras distribuidoras – utilizando-se aparentemente de Notas Fiscais ressuscitadas ou modificadas – e os repassava com lucro absurdo a Organizações Sociais que participavam do esquema, tudo com base em procedimentos de dispensa/inexigibilidade de licitação.
A denúncia do MPPB coloca o ex-governador como sócio da empresa, observando que Ricardo assinou acordos de transferência de tecnologia com empresas para uma futura produção de medicamentos. “Frise-se que tal conduta buscou, exclusivamente, aparelhar o Laboratório para dar lucro aos acionistas, incluindo o então governador, mesmo quando deixasse de sê-lo – esse era um passo importantíssimo da empreitada criminosa, só adotado por causa do projeto de poder”.
O laboratório Lifesa entrou em franca atividade em 2016, sendo que, em 2018, faturou cerca de R$ 6 milhões, com expectativa de duplicação desse faturamento no ano de 2019, quando também estava previsto a distribuição do lucro entre os sócios.