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AnaMi

Nice Almeida

Quando fui convidada para escrever artigos aqui no blog do André Gomes – meu amigo de infância, como costumo dizer – parei para pensar sobre o que falar. Uma certeza eu tinha e fui logo dizendo: não será sobre política! Embora entenda que a política, no seu verdadeiro sentido, na sua essência, está em tudo.

A resposta sobre os caminhos da minha escrita aqui surgiu nesse fim de semana. Ela estava guardada numa estante de livros.

Certamente o pânico me fez adiar essa leitura muitas vezes. Até que tomei coragem e abri as páginas de ‘Enquanto eu respirar’, de Ana Michelle Soares. Conhecer AnaMi – através da obra – foi impactante.

Sou uma pessoa que tem muito medo do câncer. Costumo dizer que não me importo com a morte, mas o câncer… ah, esse sim me apavora.

Calma! Eu não tive nenhum diagnóstico da doença. Bom, pelo menos não um que tenha afetado o meu próprio corpo [ainda!]. Apesar disso, a convivência com ele [o câncer] tem sido uma constante em minha vida.

Iniciei a leitura, claro, sem saber o que encontraria naquela nova viagem. Para mim, cada livro é uma grande aventura. Em dado momento fiquei me questionando o porquê de ler um livro sobre alguém que teve um câncer e acabou morrendo por causa dele.

Talvez uma tentativa de encarar o medo de frente e entender que a doença não tem um padrão. Não escolhe etnia, nem peso corporal, menos ainda grau de escolaridade ou classe social.

À medida que ia lendo, um misto de reforço ao pânico e de compreensão da importância de valorizar as mínimas coisas, os mínimos momentos. Enxergar a rotina como uma bênção, a família como o maior presente, os amigos como um grande tesouro e até meus bichinhos de estimação como ouro que reluz.

AnaMi deixa isso muito claro em cada página. Revela ali, na sua própria história, a força da sororidade feminina não com modismos, mas na essência real da palavra. Mulheres que foram obrigadas a se despedir de grandes amigos, outras abandonadas pelos companheiros em meio ao tratamento, os conflitos internos, os próprios medos, a superação da dor e, para mais além, a coragem de pessoas que escolhem viver, mesmo que a elas reste apenas um dia na Terra.

É realmente incrível a forma como ela coloca a doença como um ser que invade corpos, mas que só consegue destruir as almas de quem permite que assim seja.

AnaMi abre uma nova perspectiva de lidar com a doença percebendo que ela não é um castigo de Deus. Traz para nós o verdadeiro sentido da palavra “cura”, desconstroi conceitos de dor, revela uma felicidade que transcende ao mundo das coisas materiais, nos impulsiona a encontrar alegria até nas gotas d’água quando elas caem em nosso corpo durante o banho.

Estampa cores novas encontradas na natureza e o arco-íris formado nas amizades verdadeiras, aquelas que nos entendem através do olhar. Desmistifica o perdão e direciona nossa visão ao conselho sábio do maior filósofo que a humanidade conheceu, na frase emblemática do “amar a si mesmo” e, assim, compreender o “amar ao próximo” aconselhado por Jesus.

A forma como ela apresenta a fé fez mudar todos os conceitos por mim aprendidos sobre essa palavra.

Eu, que vivo a estudar sobre a imortalidade da alma, que compreendo que a morte não existe, me senti incentivada a mostrar aos leitores que aqui chegarem que há uma infinidade de motivos para viver, mesmo quando os piores cenários se desenham nas nossas vidas.

Não esse viver mecânico e mesquinho da acumulação, do status, da suposta beleza exterior exigida por parte da sociedade que se prende ao midiatismo impositor de uma perfeição inexistente, baseado nas apresentações das redes sociais que disfarçam sobremaneira as tristezas profundas alimentadas no íntimo de muitos que ali se colocam como as criaturas mais felizes do mundo, mas não o são.

Sim, o viver consciente sobre a finitude da vida neste ambiente terrestre, o qual desconhecemos a data do último suspiro que nos direciona para um novo começo, “do outro lado do caminho”.

AnaMi nos ensina que quando a morte chegar, ela precisa nos encontrar vivos. E isso está longe de ser mórbido, é um conselho sábio sobre viver cada dia como se fosse o último com a consciência do que realmente importa.

Daí a ideia de escrever sobre essa obra linda, por acreditar que o mundo inteiro deveria ter acesso aos escritos de AnaMi.

O que vem depois [desse texto ou da vida] só Deus sabe! O que sei é que te convido a continuar acompanhando os próximos passos para, talvez um dia, sabermos onde chegaremos.

 

Nice Almeida

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