Durante audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) em alusão à campanha Agosto Lilás, a deputada estadual Doutora Paula ressaltou a necessidade de ampliar a conscientização da sociedade sobre os diferentes tipos de violência contra a mulher, defendendo o engajamento não apenas das mulheres, mas também dos homens nesse processo.
“Estamos orgulhosas de todas vocês. Precisamos dos homens para proteger cada vez mais as mulheres”, afirmou a parlamentar, elogiando a realização da sessão, conduzida pela deputada Camila Toscano, que presidiu a audiência. “Essa iniciativa é acolhedora e necessária. Tenho certeza de que cada um aqui sairá mais consciente e poderá incentivar outras mulheres a denunciar a violência sofrida dentro de casa”, completou.
Ao abordar os tipos de violência previstos na Lei Maria da Penha, Doutora Paula chamou atenção para a falta de conhecimento, por parte de muitas pessoas, sobre o que caracteriza a violência sexual. “Ainda existe um desconhecimento muito grande sobre esse tema. Muitas mulheres não sabem que, mesmo dentro do relacionamento, têm direito de dizer não. Quando uma mulher expressa que não quer ter relação sexual e, mesmo assim, é forçada, isso é violência sexual”, explicou.
A parlamentar citou exemplos comuns desse tipo de violência: “Seja a mulher se recusando a uma relação anal ou oral e sendo obrigada pelo parceiro, ou quando ela não deseja manter relações e é ameaçada ou agredida, tudo isso é violência sexual. É um reflexo da nossa sociedade machista, sexista e misógina”, destacou.
Doutora Paula também falou sobre outras formas de violência, como a patrimonial, que ocorre quando o companheiro vende bens da família sem o consentimento da mulher, tirando dela e dos filhos direitos sobre o patrimônio. “É uma prática comum, mas muitas vezes invisibilizada”, alertou.
Por fim, reforçou a gravidade da violência física, considerada por ela a porta de entrada para crimes mais extremos: “A violência física não tem tamanho. Ela é o início que pode levar ao feminicídio”, afirmou.
A audiência contou com a presença de autoridades, representantes da sociedade civil e especialistas, que debateram ações de enfrentamento à violência contra a mulher e reforçaram a importância da denúncia por meio do número 180, canal nacional de atendimento às vítimas.
