Em debate, Raoni aponta as semelhanças entre Harrison e Kiu: “são faces da mesma moeda. Menos do mesmo” – André Gomes
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Em debate, Raoni aponta as semelhanças entre Harrison e Kiu: “são faces da mesma moeda. Menos do mesmo”

Em debate promovido pela TV Arapuan, nesta segunda-feira (15), entre os candidatos à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Paraíba (OAB-PB), o representante da oposição, Raoni Vita, se destacou por apontar as diversas convergências entre as chapas de Harrison e Maria Cristina (conhecida como Kiu) e sentenciou: “São faces da mesma moeda. Eles estiveram juntos ajudando a construir tudo isso que deu errado. Com eles, nada muda. Serão menos do mesmo”.

Raoni afirmou que os dois representam a gestão que desperdiçou R$ 4,5 milhões na pandemia na compra de um terreno que está tomado pelo mato, que responde a denúncia por compra de voto e que se envolveu em um escândalo de assédio sexual.

Para Raoni, as duas candidaturas, além de serem formadas com integrantes da atual gestão da Ordem, apresentam posicionamento semelhante em muitos aspectos da advocacia. Ele citou como exemplo a ausência na luta pelas prerrogativas ou contra as altas custas processuais no estado, além de ter se destacado nacionalmente por ser a única OAB do Brasil a votar contra a paridade de gênero.

“Harrison é conselheiro federal e compôs a bancada paraibana que foi a única no país a se posicionar contra a paridade de gênero nas eleições da OAB. A chapa da candidata Maria Cristina também é formada por atuais conselheiros que também votaram contra a paridade. Em cinco anos esse Conselho, composto por essas duas chapas, gastaram R$ 1 milhão de reais em passagens e hospedagens à Brasília, mas o saldo que fica desse período é esse que envergonha a advocacia paraibana: de sermos o estado do Brasil que, sozinho, levantou a voz contra um avanço na política de gênero na Ordem. Lamentável!”, criticou.

Outro ponto abordado por Raoni no debate realizado no Programa Frente a Frente, mediado pelo jornalista Luís Torres, foi a convergência das duas chapas no tocante a compra do terreno de R$ 4,5 milhões para ser construída a “cidade da advocacia”, mas que está completamente abandonado, tomado pela vegetação e pela ausência de qualquer edificação.

“Foram os integrantes que hoje formam as duas outras chapas que gastaram esse dinheiro todo em plena pandemia. Enquanto isso, dezenas de escritórios fecharam e profissionais ficaram em dificuldade e nada foi feito para tentar amenizar essa situação. Onde o senhor e onde a senhora estava quanto tudo isso acontecia dentro da gestão que vocês defendiam? Esse dinheiro todo empregado sem dialogar com a classe, sem transparência, com um projeto de última hora que não se sabe ainda nem o que pode ser construído lá. A advocacia precisa de respostas”, cobrou.

Paridade nas comissões

Em contraponto a essas situações, Raoni se posicionou se comprometendo a não apenas cobrar uma postura atuante e correspondente aos valores da advocacia paraibana por parte dos conselheiros federais e estaduais, e foi além: propondo implantar a paridade de gênero em todas as comissões da OAB-PB.

“É o mínimo que podemos começar a fazer para mudar a participação feminina na política da Ordem. E esse compromisso não pode ser retórico. Precisa ser prático e com soluções em curto espaço de tempo. Vamos superar essa mácula na imagem da advocacia paraibana fazendo nosso dever de casa e iniciando um novo tempo na nossa instituição”, ressaltou.

Terreno

Já no tocante ao terreno adquirido no Bairro do Altiplano, em João Pessoa, pelo valor de R$ 4,5 milhões, o jurista afirmou que irá instaurar uma auditoria no processo de compra e realizar um projeto que contemple as necessidades da advocacia paraibana, ouvindo os profissionais e buscando soluções conjuntas para o espaço.

Assédio sexual

O caso de assédio na OAB-PB resultou na demissão de uma funcionária que atuava há 20 anos na instituição, após denunciar o então secretário-geral, Assis Almeida (atualmente disputa o posto de presidente da Caixa de Assistência dos Advogados na chapa de Harrison). No grupo do candidato apoiado pela atual gestão ainda estão o presidente Paulo Maia (candidato a conselheiro federal) e que demitiu a funcionária por justa causa. Já Maria Cristina tem em sua chapa Antônio Gabinio, que disputa o cargo de conselheiro seccional, e que inocentou Assis no relatório final do caso de assédio.

Mudança

Raoni, que é candidato pela chapa de oposição Atitude OAB 10, garantiu ainda que fará concurso para profissionalizar a defesa das prerrogativas; irá estabelecer o piso salarial da advocacia e recuperar a Caixa de Assistência dos Advogados e a Escola Superior da Advocacia que estão sucateadas.

“Esse debate mostrou as nossas principais diferenças. Eu não compactou com a situação de ausência e apatia que se encontra hoje a Ordem dos Advogados na Paraíba. Harrison representa oficialmente esse projeto e Maria Cristina vai concluir a campanha sem convencer ninguém de que os erros dessa gestão só foram percebidos por ela há a apenas dois meses, quando ela rompeu para ser candidata”, apontou.

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