Elas são 49% do total de inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), mas nem 20% chegam a ser sócias nos grandes escritórios. Ainda ganham menos que os homens (27,4% a menos) desempenhando as mesmas funções e quase que diariamente, precisam se impor para ter direito assegurados e para que as suas prerrogativas não sejam desrespeitadas.
Nesta terça-feira (17), Dia Estadual da Mulher Advogada, a Associação Paraibana de Advocacia Municipalista (Apam) reforça a necessidade da busca pelo cumprimento dos direitos das mulheres advogadas e da luta por igualdade. “É uma data que não pode ser passada em branco. Precisamos compreender que os direitos precisam ser iguais tanto para homens quanto para mulheres. É muito comum nos depararmos com as mulheres advogadas tendo que se impor para ter seus direitos assegurados”, afirmou o presidente da Apam, Marco Villar.
Atuando como advogada há quatro anos, a advogada Yasmin Buriti relata que o maior desafio enfrentado é o preconceito. “Apesar da busca incessante pela quebra de paradigmas ainda há muita desconfiança referente ao trabalho exercido pela mulher advogada, há uma diferença salarial distante entre mulheres e homens advogados, bem como a limitação quanto ao exercício de algumas atividades ligadas ao exercício da profissão”, declarou.
Yasmin, que é membro da Associação Paraibana de Advocacia Municipalista, afirmou que tem a certeza que a advocacia, seja ela em qualquer área, é uma atividade essencialmente voltada à mulher por exigir foco, perseverança, resistência e resiliência.
Dados
O rendimento financeiro das mulheres é, em média, 20,51% menor que o dos homens no país. É o que aponta levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Profissões tradicionais como médicos especialistas e advogados também sofreram com a desigualdade: elas recebiam 28,2% e 27,4% menos, respectivamente.
A escolha da data
O Dia Estadual da Mulher Advogada foi instituído a partir da lei nº 11.020/2017, de autoria da deputada estadual Camila Toscano (PSDB), e visa à valorização da mulher que atua na advocacia paraibana e busca o debate e a reflexão por oportunidades igualitárias. A escolha da data se deu pelo fato de a primeira mulher, Lylia Guedes, ter se inscrito no Instituto dos Advogados, atual OAB-PB em 17 de novembro.