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O amor aquece os filhos do tempo

Por Nice Almeida

Quando o sol desponta no horizonte iluminando mais um dia, o que fazemos com isso? Para a maioria de nós um mecanismo é acionado levando-nos a um movimento robótico sem a percepção das belezas nascentes na fonte da vida aquecida pelo astro rei.

Corremos de um lado para o outro muitas vezes nos gabando como somos ocupados, sem tempo para nada. Levantamos já apressados, comemos sem apreciar os sabores que se misturam, corremos para pegar ônibus ou sairmos em nossos veículos para enfrentar o trânsito caótico, trabalhamos e, ao fim do dia, fazemos o caminho inverso.

Voltamos para casa, exaustos, mal paramos para ouvir o relato do dia daqueles com quem convivemos, nos ocupamos com as telas e depois adormecemos para mais um dia que se repete.

Confesso, eu andava meio assim também. Tão mecanizada, tão neutralizada pela crença de que não é possível para por um instante, que deixei de perceber as belezas ao meu redor. E assim, os dias passavam sem que eu me desse conta da perfeição a mim ofertada gratuitamente pelo Criador de todas as coisas: o famoso Deus.

Foi então que o Espírito Luís, pela psicografia da encantadora Giovana Pedrosa Guerra, me apresentou um mundo novo. Não um universo fantasioso, onde são necessárias vivências espetaculares para tornar a vida melhor de ser vivida, não! Luís e Giovana apenas me fizeram parar para ver o óbvio, o que estava ali debaixo do meu nariz sem que os meus olhos enxergassem.

A primeira leitura a me levar a esse mundo novo foi ‘Enquanto o amor aquece’. Meses depois, ‘Os filhos do tempo’ invadiram minha alma e a preencheram com uma emoção somente provocada pelo muito amor que somos capazes de doar.

Logo nas primeiras páginas comecei a me questionar: por que Luís insiste em descrever repetidas vezes a rotina de seus personagens? Parecia aos meus olhos robóticos uma repetição desnecessária. Logo na segunda obra dos parceiros Luís e Giovana percebi que a lógica era a mesma. Descrever com muita precisão o dia a dia das pessoas que compõem suas narrativas.

Foi aí que minha ficha caiu, como costumamos dizer popularmente. Foi como se meus olhos, enfim, alcançassem a luz a trazer a clareza da importância de uma rotina onde os personagens da vida conseguem enxergar beleza em cada detalhe.

Sabe, aquelas coisas que não paramos para agradecer, simplesmente porque não paramos um segundo para entender o imenso valor que elas têm?

Por exemplo: almoçar com meus pais e reconhecer em cada alimento posto na mesa o amor que ali foi derramado! Tomar um café coado no coador de pano e saborear um pão com manteiga recheado de uma conversa demorada com meus irmãos!

Regar as minhas plantas e me alegrar com as folhas verdinhas que embelezam minha casa. Abrir a porta do banheiro e encontrar um recado do meu marido no espelho escrito com o meu batom: “bom dia meu amor!”. Preparar o café da manhã para o meu filho, que fica dormindo quando saio para trabalhar, e receber dele um recado no aplicativo de mensagens: “mãe, o sanduíche estava muito bom!”.

Passar na rua no caminho para o ponto de ônibus e receber um bom dia fraterno de um vizinho desconhecido a passear com seu cachorrinho lindo! Fazer meu percurso até o trabalho observando o vai e vem das pessoas que assim como eu têm o privilégio de garantir o próprio sustento com muita honradez e honestidade.

Chegar ao ambiente de trabalho e ser agraciada com um abraço de cada um dos amigos que desejam sinceramente um ótimo dia! Ouvir o canto dos pássaros embalados pela brisa que espalha o perfume das flores! Comer todos os dias, pois nunca falta o alimento! Respirar fundo e sentir o ar enchendo os pulmões.

Chegar à noite e ter que sair correndo para o encontro semanal com o grupo de estudos formado não apenas por indivíduos frios, mas por amigos com quem sei, posso contar a qualquer hora.

Ah, quanta beleza existe em nossa rotina que não valorizamos, não observamos a importância, e nem sequer agradecemos!

Foi na descrição insistente de Luís pela sensibilidade intuitiva de Giovana nas duas obras citadas, que comecei a enxergar cada detalhe do meu dia e a dar notabilidade a cada segundo vivido! Perceber a felicidade na simplicidade do que está ali, bem na nossa frente acontecendo todos os dias, repetidamente, sem que sejam observadas.

Entre uma leitura e outra e tantos aprendizados, meus pensamentos também divagam em músicas. Uma combina muito com essas leituras e a descoberta a que elas nos encaminham, Girassol – uma Canção de Priscilla e Whindersson Nunes – que diz:

“Se a vida fosse fácil como a gente quer
Se o futuro a gente pudesse prever
Eu estaria agora tomando um café
Sentado com os amigos em frente à TV

Eu olharia as aves como eu nunca olhei
Daria um abraço apertado em meus avós
Diria eu te amo a quem nunca pensei
Talvez é o que o universo espera de nós!”

Viva a rotina sagrada que nos acompanha à vida!

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