Levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) aponta que ao menos 10.655 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil, entre os anos de 2015 e 2023. Segundo o relatório, o número de feminicídios no país cresceu 1,4% entre 2022 e 2023 e atingiu a marca de 1.463 vítimas no ano passado, indicando que mais de quatro mulheres foram vitimadas a cada dia.
Observando essa realidade, o Governo Federal por meio do Ministério das Mulheres lançou a campanha ‘Brasil sem Misoginia’. Nesta quinta-feira (25) a ministra da Mulher, Cida Gonçalves, participará de uma sessão especial na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), proposta pela deputada Doutora Paula, às 14h30, para lançar a campanha que tem como objetivo mobilizar os mais diversos setores da sociedade para o combate ao ódio e à discriminação e violência contra a mulher.
A ministra Cida Gonçalves destacou que uma das missões da campanha ‘Brasil sem Misoginia’ é combater o feminicídio, sendo a misoginia parte propulsora de todas as formas de violência contra a mulher. Somente em 2022, 1.400 brasileiras foram mortas simplesmente por serem mulheres, conforme o Anuário da Segurança Pública.
Para a deputada Doutora Paula, também Secretária da Mulher da ALPB, a sessão especial será de extrema relevância para dar visibilidade à campanha e sensibilizar a população para a importância desse tema. “Vemos que a violência contra as mulheres aumenta a cada dia e precisamos dar um basta. A presença da ministra na nossa Assembleia será importante para alcançarmos o maior número de parceiros no enfrentamento contra essa violência”, disse.
A campanha desenvolve ações junto com Google, Facebook, Meta e Youtube para combater o discurso de ódio e s exposição, por meio da divulgação de fotos íntimas e falsas, de mulheres nas redes sociais. Conforme a ministra, a campanha também tem como foco o combate à violência de gênero, à desigualdade salarial entre homens e mulheres, a prevenção da violência doméstica e a ampliação da presença feminina nos espaços de poder.
Ligue 180
A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 foi reestruturada neste ano pelo Ministério das Mulheres. Graças a uma parceria com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), o Ligue 180 conseguiu uma adição de informações referentes a 1.300 serviços de apoio e proteção às mulheres, em todo o território nacional. Atualmente, a central contém 2.109 serviços cadastrados, como delegacias especializadas no atendimento à mulher, casas abrigo, Centros Especializados de Atendimento à Mulher, entre outros. O Ligue 180 passou a contar com um canal exclusivo de atendimento por Whatsapp em abril.
O atendimento por aplicativo é realizado através da tecnologia de Inteligência Artificial por uma atendente virtual chamada Pagu. No primeiro contato, ela oferece opções de ajuda, sempre com a possibilidade de acionar, a qualquer momento, uma atendente da Central — cuja equipe passou a ser composta exclusivamente por mulheres desde março.