Com mais de três décadas de atuação como promotor de Justiça do Ministério Público da Paraíba, Vitor Granadeiro sente que é o momento de concorrer ao cargo de procurador Geral de Justiça do Estado da Paraíba. O processo de escolha, marcada para o dia 31 de julho, contará com o voto dos 219 membros da instituição que estão aptos a votar.
Nesta entrevista que segue, Vitor Granadeiro, com sua experiência na defesa da cidadania, revela o que o motivou a participar desse processo e seus principais objetivos junto à Procuradoria Geral de Justiça. Ele ressalta a importância de uma atuação no sentido de fortalecimento do Ministério Público, que contribua para a construção de melhorias sociais que atendam desde o combate à criminalidade, até a defesa das populações mais vulneráveis.
Confira:
Quem é Vitor Granadeiro?
Sou um Procurador de Justiça, com 34 anos de carreira, professor universitário, amante da verdade e do Direito. Pai de dois filhos, muito bem casado. Um sonhador, um entusiasta do Ministério Público.
Por que o senhor deseja ocupar o cargo de procurador Geral de Justiça do Estado da Paraíba?
Acredito que posso ajudar a implementar melhorias que beneficiem a sociedade, no combate à criminalidade e à improbidade administrativa, bem como na defesa de políticas públicas para mulheres, crianças e meio ambiente. A saúde e educação também são dois gigantescos desafios que demandam a atuação do MP. Tenho consciência de todos esses problemas, e sei que o trabalho é árduo e exige habilidade, tato e o empenho de toda a instituição.
Quais são suas principais qualificações e experiências que o tornam apto para ocupar o cargo de procurador Geral de Justiça?
Comecei a me preparar enquanto estudante universitário. Estive na Engenharia e na Economia para descobrir no Direito a minha verdadeira vocação. Quando ingressei na carreira de promotor de Justiça, conheci de perto alguns problemas e dificuldades que os colegas ainda enfrentam. Eu saia de ônibus para Caiçara, minha primeira comarca, e dormia em uma rede atrás do fórum, porque não tinha uma casa para alugar. Foi um grande aprendizado. Ainda estive em Sousa, Campina Grande e João Pessoa antes de ser promovido a procurador de Justiça. Esta experiência de 34 anos nos diversos ramos de atuação do Ministério Público, ou seja, no enfrentamento criminal, no Tribunal do Júri, em Conflitos Agrários, no Cível e na Defesa de Direitos Difusos, me permitem entender as dificuldades de todos os promotores de Justiça, pessoas corajosas, abnegadas, dedicadas aos interesses da sociedade e que, frequentemente, não têm o apoio necessário da administração superior. Não é apenas um desejo, mas uma oportunidade que deve ser aproveitada, de melhorar e fortalecer o protagonismo do Ministério Público e o trabalho tão árduo, importante e necessário de seus representantes.
Quais são suas prioridades e metas caso seja nomeado pelo governador como procurador Geral de Justiça?
A intenção é um Ministério Público mais presente e próximo do povo. Para tanto, sua atuação deve ser compatível com as evoluções tecnológicas que rendem frutos em todo país. O uso da informática e o trabalho híbrido são indispensáveis porque resultam em maior produtividade e facilidade de atendimento. Em paralelo, o parque tecnológico exige investimento, na informática, transmissão de dados, energias renováveis, infraestrutura em geral, o que demanda a realização de projetos que permitam a obtenção de verbas que não incidam na dotação orçamentária. Outra questão importante são as condições de paridade com a Magistratura. O Ministério Público é independente, sem vinculação política, e seus integrantes necessitam de assessoria, estrutura e recursos para executar seu trabalho.
Na sua opinião, como tem sido a atuação do Ministério Público e quais são os principais desafios?
O Ministério Público está presente em todas as comarcas da Paraíba. Seus membros são muito atuantes e desempenham muito bem o papel que lhes é reservado. Entretanto, o desafio é inovar e dar apoio ao promotor de Justiça, aproximando a Procuradoria Geral de Justiça de cada membro da instituição. É a revolução do dia a dia. Consiste em reinventar como agir para desempenhar nosso papel de defender os direitos e valores indispensáveis para a sociedade.