O número de grávidas adolescentes vem crescendo como mostram os dados do Setor de Estatística da Maternidade Municipal Cândida Vargas, em João Pessoa. Nos últimos três anos, o número de mães na faixa etária entre 12 e 20 anos foi de 17.604. Isso representa uma média de 5.868 partos por ano. Do total, 1.424 meninas estavam entre 12 e 17 anos de idade. O pré-candidato a prefeito de João Pessoa, Eduardo Carneiro (PRTB), disse neste sábado (15), Dia da Gestante, que o tema merece ser tratado com muita atenção e seriedade e afirmou que terá um olhar especial para este problema.
“Existem diversos fatores de risco a serem analisados na gravidez das adolescentes. São questões sociais, econômicas, familiares, culturais e de educação que precisam ser resolvidas, além da saúde tanto na prevenção quanto na gestação, parto e pós-parto. Vamos fazer esse debate por entendermos que a taxa de gravidez não planejada é extremamente alta”, garantiu.
Segundo Eduardo Carneiro, gravidez na adolescência pode transformar um momento vital em crise e também oferecer riscos às adolescentes, aos recém-nascidos, às famílias e também para a sociedade. “É preciso mais sensibilidade e compromisso com a vida de adolescentes. A inclusão deste público nas políticas de saúde, especialmente naquelas voltadas para saúde reprodutiva, requer uma profunda reflexão sobre o tema”, disse.
O deputado lembrou ainda da campanha do Ministério da Saúde em parceria com o Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, de prevenção à gravidez na adolescência. O objetivo é proporcionar junto aos adolescentes, suas famílias e profissionais de saúde, a reflexão sobre as consequências de uma gravidez não intencional e promover o diálogo sobre o assunto.
Na Paraíba, segundo levantamento da Secretaria Estadual de Saúde (SES), em 2018, 10.000 meninas foram mães e destas, 456 tinham idade entre 11 e 14 anos. O percentual de grávidas adolescentes no estado vem crescendo e preocupa os especialistas envolvidos nesse segmento da Saúde. “Por entendermos que a adolescência é uma fase delicada, um período dedicado ao aprofundamento dos projetos de vida, personalidade e interesses, defendemos a adolescência primeiro e a gravidez depois”, disse Eduardo.
Nacional
Anualmente cerca de 18% dos brasileiros nascidos são filhos de mães adolescentes. Em números absolutos isso representa 400 mil casos por ano. Uma em cada cinco mulheres será mãe antes de terminar a adolescência. Segundo um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), publicado em 2018, a taxa brasileira de gravidez na adolescência é de 68,4 nascimentos para cada 1.000 adolescentes e está acima da média latino-americana e caribenha, que registram a segunda maior taxa no mundo, perdendo, apenas, para a África.
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