Levantamento do Datafolha, encomendado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, “Visível e invisível: a vitimização de mulheres no Brasil”, realizado em 2021, mostra que 4,3 milhões de mulheres de 16 anos ou mais (6,3%) foram agredidas fisicamente durante os dois primeiros anos da pandemia da covid-19. Isso significa dizer que a cada minuto, oito mulheres apanharam no Brasil no período. A pesquisa comprova que a falta de emprego e de recursos financeiros foram os principais fatores apontados para que a mulher não tenha conseguido romper com o ciclo de violência.
Para garantir a autonomia e dignidade às mulheres com oportunidades de trabalho, a deputada estadual Camila Toscano (PSDB), apresentou na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) o Projeto de Indicação 3.782/22, que cria o Banco de Emprego para Mulheres Vítimas de Violência.
“Esse projeto é pautado na concepção de caminhos para garantir a independência financeira que é fundamental para que as mulheres vítimas de violência doméstica possam ter oportunidades de recomeçar a vida sem a dependência do agressor. O projeto é uma ação afirmativa, viés de um estado social, que precisa romper com discriminações históricas sobre a falta de oportunidades às mulheres e, principalmente, àquelas que sofrem maus tratos dos seus companheiros”, defendeu Camila.
Denominado de ‘A Vez Delas’, o Banco de Emprego contará com a participação de entidades e órgãos públicos estaduais, federais e municipais e o estabelecimento de parcerias com o setor privado, observadas a vocação profissional da beneficiária e a busca de padrões remuneratórios compatíveis com os praticados no mercado de trabalho.
Tipos de violência
O tipo de violência mais frequentemente relatado pela pesquisa Fórum Brasileiro de Segurança Pública da ofensa verbal, como insultos e xingamentos. Cerca de 13 milhões de brasileiras (18,6%) experimentaram esse tipo de violência; 5,9 milhões de mulheres (8,5%) relataram ter sofrido ameaças de violência física como tapas, empurrões ou chutes; cerca de 3,7 milhões de brasileiras (5,4%) sofreram ofensas sexuais ou tentativas forçadas de manter relações sexuais; 2,1 milhões de mulheres (3,1%) sofreram ameaças com faca ou arma de fogo; 1,6 milhão de mulheres foram espancadas ou sofreram tentativa de estrangulamento (2,4%).