Novembro Roxo: 10% dos nascimentos de bebês acontecem antes do tempo - André Gomes
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Novembro Roxo: 10% dos nascimentos de bebês acontecem antes do tempo

O mês de novembro ganha uma cor especial: o roxo, que simboliza a luta contra a prematuridade e a conscientização sobre a importância de um pré-natal completo e cuidadoso. No Brasil, cerca de 10% dos nascimentos acontecem antes do tempo, representando um desafio tanto para a saúde dos bebês quanto para as famílias, que enfrentam a dor e o medo ao verem seus pequenos em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIs). Embora alguns casos de prematuridade sejam inevitáveis, a boa notícia é que muitas dessas situações podem ser prevenidas com o acompanhamento adequado durante a gestação. É este o foco da campanha Novembro Roxo: sensibilizar a sociedade sobre a importância do cuidado pré-natal e os riscos da prematuridade, uma das principais causas de mortalidade infantil no país.

Considera-se prematuro o bebê que nasce antes das 37 semanas de gestação. A prematuridade pode ser classificada em diferentes graus: prematuro tardio (nascido entre 34 e 36 semanas), prematuro moderado (nascido entre 32 e 33 semanas), prematuro muito extremo (nascido entre 28 e 31 semanas) e prematuro extremo (nascido antes das 28 semanas). Quanto menor a idade gestacional, maiores os riscos de complicações e de sobrevivência para o bebê.

Para a pediatra e neonatologista da Hapvida NotreDame Intermédica, Virgínia Lira, a prevenção é simples, mas poderosa: o pré-natal adequado. “Não basta fazer apenas algumas consultas. É preciso um acompanhamento constante e atento, com exames de rotina e monitoramento de possíveis complicações. Esse cuidado pode fazer toda a diferença para evitar um parto prematuro ou, caso ele seja necessário, para planejar as melhores intervenções”, explica a especialista. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil ocupa o 10° lugar entre os países com maior número de nascimentos prematuros, um dado alarmante que reforça a importância dessa conscientização.

Coragem e esperança – Jaqueline Santos Brandão, assistente administrativa, viveu a realidade de uma gestação complicada. Ela teve sua filha, Helena, pouco antes de completar 37 semanas. “No fim da gestação, fui diagnosticada com hipertensão e precisei fazer repouso absoluto para evitar que ela nascesse muito antes do tempo. Graças ao acompanhamento médico, tudo deu certo. Apesar de ter nascido antes, minha filha não precisou de UTI e recebeu alta apenas dois dias depois do parto. A chave foi o pré-natal feito com cuidado e a atenção constante da equipe do Hospital Brasiliense da Hapvida”, conta Jaqueline, emocionada e grata por poder segurar a filha nos braços.

O poder do acolhimento – A história de Jessica Viana Silva e de seu filho Christopher é ainda mais comovente. Ela estava grávida de 25 semanas quando seu bebê, prematuro extremo, nasceu com apenas 830 gramas. A gestação foi marcada por infecções recorrentes e hospitalizações prolongadas, mas o medo de perder o filho não a impediu de lutar por ele. “Eu não sabia o que esperar. Christopher era tão pequeno, tão frágil… Eu só chorava. Mas o apoio da equipe médica, do atendimento de enfermagem, me deu forças. Eles sempre tiravam minhas dúvidas, me acolhiam, e isso me ajudou a seguir em frente”, compartilha Jessica, com lágrimas nos olhos.

Dentro do projeto Apaixonados pela Vida, o Hospital Brasiliense se tornou, há sete meses, um segundo lar para Jessica e Christopher, com momentos especiais, como o mesversário do bebê, celebrado na unidade. “A sensação de que ele é amado por todos aqui, de que está sendo bem cuidado, me dá uma segurança enorme. Se fosse em outro lugar, eu jamais deixaria meu filho um instante sequer. Mas, aqui, a equipe me transmite tanta confiança, que, de vez em quando, consigo sair para resolver algumas coisas ou descansar”, diz a mãe, profundamente grata pelo acolhimento.

Para trazer mais conforto aos pequenos e fortalecer o vínculo entre mães e filhos, o hospital também desenvolve o método canguru na UTI, no qual os prematuros são carregados na vertical, em contato pele a pele com os pais, de forma semelhante a que cangurus carregam os filhotes. Esse cuidado humanizado permite um controle térmico adequado e reduz o estresse do bebê, além de melhorar o desenvolvimento neurocomportamental e psicoafetivo do recém-nascido.

O Novembro Roxo é um lembrete de que a prevenção é o maior presente que podemos dar aos nossos filhos. O acompanhamento médico adequado e o amor incondicional de cada família podem fazer toda a diferença na jornada que começa ainda na gestação.

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